Agropec

Drones e Satélites no Agro: Qual a Diferença e Quando Usar Cada Um?


O uso de imagens aéreas no campo já deixou de ser novidade e se tornou uma ferramenta essencial para a agricultura de precisão. No entanto, muitos produtores ainda têm dúvidas sobre qual tecnologia utilizar: drone ou satélite? A resposta depende do objetivo da análise, da escala da propriedade, da frequência de monitoramento desejada e do tipo de cultura trabalhada.

Tanto os drones quanto os satélites oferecem vantagens significativas, mas apresentam diferenças importantes que precisam ser consideradas no planejamento técnico da lavoura.


Entendendo as tecnologias: como elas funcionam?

Satélites são plataformas de sensoriamento remoto que orbitam a Terra e captam imagens em diferentes bandas espectrais (visível, infravermelho, etc.). Essas imagens são processadas e disponibilizadas por plataformas públicas (como o Sentinel-2, do programa europeu Copernicus) ou privadas, com resoluções espaciais que variam de 10 metros a menos de 1 metro.

Já os drones, ou VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), realizam voos planejados em baixa altitude sobre áreas específicas. Equipados com câmeras RGB, multiespectrais ou térmicas, eles capturam imagens com alta resolução espacial — chegando a centímetros por pixel — e geram dados com riqueza de detalhes sobre a condição das plantas.


Quando usar drone?

O drone é a ferramenta ideal para análises de alta precisão em escala local, permitindo a detecção de falhas de plantio, estresse hídrico, ataque de pragas e doenças, além de contagem de plantas em estágios iniciais. Por sua proximidade do alvo, oferece imagens muito detalhadas, capazes de orientar decisões pontuais em áreas específicas.

Drones são altamente recomendados quando:

  • Há necessidade de inspeção imediata e localizada;

  • É preciso realizar diagnósticos rápidos com acompanhamento técnico no campo;

  • O objetivo é documentar visualmente situações para tomada de decisão imediata ou comprovação técnica.

Além disso, os drones têm se mostrado fundamentais em áreas pequenas ou médias, onde o custo por hectare pode ser rapidamente diluído pelo valor da informação obtida.


Quando usar satélite?

As imagens de satélite são mais indicadas quando se busca uma visão panorâmica e frequente da propriedade, especialmente em áreas maiores. Embora não possuam a mesma resolução dos drones, permitem acompanhar a evolução da lavoura ao longo do tempo com baixo custo por hectare e alta repetição temporal.

Satélites são vantajosos quando:

  • O objetivo é monitoramento periódico de grandes áreas;

  • Deseja-se acompanhar a variabilidade espacial da lavoura;

  • É preciso integrar imagens históricas para análise comparativa de safras;

  • O clima permite uma boa frequência de imagens sem nuvens.

Além disso, imagens NDVI ou SAVI derivadas de satélite são ideais para elaborar mapas de vigor vegetativo, zoneamento de manejo e avaliação de homogeneidade das culturas.


Integração das ferramentas: o modelo mais eficiente

A escolha entre drone e satélite não precisa ser excludente. A integração dessas duas tecnologias é, na maioria dos casos, a estratégia mais poderosa. O satélite fornece o diagnóstico geral, sinalizando onde estão os pontos críticos, e o drone entra com o detalhamento fino dessas áreas.

Esse modelo de trabalho já vem sendo adotado com sucesso por grandes produtores e consultorias técnicas que buscam aliar escala com precisão.


Conclusão

Ambas as tecnologias têm papel estratégico no campo. O satélite oferece amplitude e regularidade, enquanto o drone oferece precisão e profundidade. Saber quando e como utilizá-las é o que diferencia a agricultura tradicional da agricultura baseada em dados.

Na Agropec, utilizamos essas ferramentas de forma complementar, transformando imagens em diagnósticos agronômicos e estratégias práticas para cada fase da produção. Afinal, mais importante do que o dado em si é o que se faz com ele.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *